A poltrona de costume,
A luz apropriada...
Aquele familiar perfume
De páginas amareladas...

Assim se retirava para longe,
Ensimesmando-se à leitura...

Vestia seu ar ausente,
Escapava-lhe um suspiro contente:
Despedida do mundo real...

E eu, sem parte no instante feliz,
Odiei meu pequeno rival:
Um tal Machado de Assis...

Ah, com que delicado gesto
Folheava aquele volume!
Meus olhos brilhavam em protesto,
Minha alma ardia em ciúme...

Enchia-se de um silêncio sagrado,
O qual não podia transpor.
E o tempo era seu aliado,
Seguindo, suave, ao seu dispor...